sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Operação da PF prende 28 suspeitos no Rio; 22 são policiais

A operação Guilhotina, deflagrada pela Polícia Federal no Rio, prendeu 28 pessoas nesta sexta-feira. Entre os detidos estavam 16 policiais militares, seis policiais civis e outras seis pessoas não ligadas as duas corporações. A operação continuava às 11h40.

De acordo com a PF, os policiais presos tinham envolvimento com traficantes e com milícias. Ao todo, foram expedidos 45 mandados de prisão, sendo 11 contra policiais civis e 21 contra policiais militares --desses 13 atuavam como militares e oito estavam emprestados para a Polícia Civil.

Segundo a PF, os policiais se dividiam em quatro organizações: duas atuavam no fornecimento de armas e munições a traficantes de drogas; uma terceira estaria ligada a atividades de milícias que atuam em comunidades do Rio e também fornecia armas e munições ao tráfico; e outra faria segurança privada de grupos criminosos.

De acordo com o Ministério Público Estadual, que instaurou inquérito para apurar a conduta de policiais, a suspeita é que eles também se apropriavam de bens e valores confiscados em apreensões da polícia.



SUSPEITOS

A Seop (Secretaria Especial da Ordem Pública), do Rio, informou na manhã desta sexta-feira, por meio de nota, que vai exonerar o delegado Carlos Antônio Luiz Oliveira das funções de subsecretário de operações. Ele é um dos policiais procurados na operação Guilhotina.

Segundo a secretaria, Oliveira estava no cargo de subsecretário há pouco mais de um mês, tendo assumido em janeiro deste ano. A Seop afirmou ainda que vai 'acompanhar atentamente as investigações da Polícia Federal.'

A delegada Márcia Becker, titular da 22ª Delegacia de Polícia Civil, na Penha (zona norte), foi conduzida na manhã de hoje à sede da Polícia Federal devido à suspeita de que ela tenha protegido um inspetor com prisão decretada na operação.

O inspetor Cristiano Gaspar Fernandes, que seria filho do chefe de uma milícia, telefonou para a delegada quando ocorria busca e apreensão na delegacia. O chefe de milícia é Ricardo Afonso Fernandes e atua em Ramos, zona norte do Rio.

Cristiano, lotado na 22ª, supostamente pediu para Becker mentir que ele estava de férias. A suspeita é que a delegada tenha concordado, segundo uma fonte da PF, favorecendo dessa forma o inspetor.

INVESTIGAÇÃO

As investigações que levaram a operação tiveram início durante uma ação policial, ocorrida em 2009, que era conduzida pela Delegacia da Polícia Federal em Macaé --denominada "Operação Paralelo 22", que tinha o objetivo prender o traficante Rogério Rios Mosqueira, conhecido como 'Roupinol', que atuava na favela da Rocinha junto com o traficante "Nem".

A partir daí, duas investigações paralelas foram iniciadas, uma da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança do Rio e outra da Superintendência da Polícia Federal no Rio. A troca de informações entre os serviços de inteligência das duas instituições deu origem ao trabalho conjunto de hoje.

O objetivo da ação desta sexta-feira é "dar fim à atuação de um grupo criminoso formado por policiais --civis e militares-- e informantes envolvidos com o tráfico ilícito de drogas, armas e munições, com a segurança de pontos de jogos clandestinos (máquinas de caça-níqueis e jogo do bicho) e venda de informações sigilosas".

As forças estaduais destacaram 200 homens, além de dois helicópteros e quatro lanchas. As equipes da Polícia Federal empregam um efetivo de 380 homens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário