segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cuidando do intestino, masi importante do que parece!


Quando o intestino vive refém de inflamações, o fogaréu pode se alastrar e comprometer outras redondezas do organismo — dos olhos às articulações. É hora de se defender de um grupo de doenças cada vez mais frequente e com predileção pelos jovens.

por DIOGO SPONCHIATO | design PILKER | ilustrações NIK

INCÊNDIO GERAL

COMO COMEÇAM AS LABAREDAS

Entenda a principal hipótese que justifica a origem das doenças inflamatórias intestinais

1. BOMBARDEIO À FLORA
As defesas passariam a enxergar as bactérias do bem que compõem a flora intestinal como inimigas e recrutam células para destruí-las. Algumas delas liberam substâncias inflamatórias, que acabam atingindo o próprio intestino.

2. FOGO NO TUBO
Com essas moléculas em alta atiçando o incêndio, um processo inflamatório dominaria a parede de alguns trechos do intestino grosso ou delgado. O órgão perderia, então, o ritmo de trabalho e ficaria sujeito a lesões.

DOENÇA DE CROHN
O problema pode acometer o aparelho digestivo da boca ao ânus, mas ataca especialmente o íleo, porção final do intestino delgado, e o cólon, no intestino grosso. Os principais sintomas são diarreias recorrentes, dor, distensão abdominal e náuseas.

RETOCOLITE ULCERATIVA
A doença é restrita ao intestino grosso e agride sobretudo o trecho que se estende do cólon ao reto. Costuma provocar idas constantes ao banheiro, com fezes amolecidas e presença de sangue, além de perda de peso e apetite.




Veja onde as doenças inflamatórias intestinais ressoam

BOCA
A doença de Crohn, em especial, é capaz de disparar aftas recorrentes. Felizmente, tanto para a boca como para o resto do corpo, se o tratamento faz efeito e o intestino volta a estar em paz, todo o organismo fica numa boa.

FÍGADO
As doenças inflamatórias alteram a permeabilidade no intestino e o sangue que passa por lá fica carregado de substâncias estranhas. Quando elas chegam ao fígado, irritam a árvore biliar, complexo de tubos que conduzem a bile. Essa rede fica toda inflamada. E o fígado pode, com o tempo, entrar em falência.

OLHOS
Ainda não se sabe bem o motivo, mas a dupla de problemas inflamatórios propicia desde vermelhidão no globo ocular até quadros de olho seco. Essas condições podem se agravar e levar a lesões que comprometem a visão.

PELE
As doenças inflamatórias intestinais podem causar pequenas lesões de pele, que lembram, inclusive, as erupções típicas da acne. Alguns casos evoluem, no entanto, com manchas escuras que lembram traumas.

RINS
Quando o intestino anda inflamado, há uma maior absorção de oxalato, substância que, na urina, se precipita em cristais. Soma-se a esse fenômeno a perda de líquido induzida pelas diarreias e eis um cenário propício para a formação de pedras nos rins.

ARTICULAÇÕES
Não é incomum ver pessoas com um intestino inflamado reclamando de dores nas juntas. A hipótese é que, em pessoas predispostas, a grande concentração de substâncias inflamatórias no corpo incentive a artrite.

PARA APAGAR AS CHAMAS

Há um extenso arsenal terapêutico contra as doenças inflamatórias intestinais. “Mas a resposta ao tratamento varia muito entre os pacientes”, já adianta Angelita Gama. A primeira frente de batalha é composta de drogas como as mesalazinas e os corticoides. Quando elas não funcionam, entram em cena os medicamentos imunossupressores. Se esses deixam a desejar, a solução é recrutar a terapia biológica. “São injeções que anulam uma substância inflamatória em alta no organismo e, assim, domam a inflamação exacerbada no intestino”, explica Dídia Cury. “Essas drogas mudam, de fato, o curso da doença.” Mas e se todos os fármacos falharem? “Nesse caso, a solução se encontra em cirurgias que podem ressecar ou remover a área acometida pelo problema”, afirma Angelita.

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