sexta-feira, 1 de abril de 2011

Justiça brasileira abusa da teoria dos “dois pesos, duas medidas”


A Justiça tem patrocinado um antagonismo interpretativo sem precedentes. Preso na Operação Satiagraha, da Polícia Federal, o banqueiro oportunista DD – a Justiça continua nos proibindo de citar seu nome – tentou obstruir a investigação policial ao tentar subornar um delegado federal. Preso, horas depois o banqueiro estava em liberdade por força de habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. E desde então não tem sido incomodado. Governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), que de acordo com a Operação Caixa de Pandora comandava um esquema de propinas, tentou obstruir o trabalho da Justiça e foi preso preventivamente. E permanece preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Governador em exercício do DF, o empresário Paulo Octávio (ainda no Democratas) está sendo investigado pela Polícia Federal e corre o sério risco de ser apeado do cargo, apenas porque durante as investigações seu nome foi citado como um dos beneficiários do dinheiro de propina arrecadado no entorno do GDF. Se contra os acusados de envolvimento no “Panetonegate” os vídeos gravados por Durval Barbosa falam por si só, contra “PO” não há uma prova material sequer. Pelo menos por enquanto.
De igual maneira, em uma das gravações feitas por Durval, o delator-cineasta afirma que Arruda dava R$ 1 milhão por mês para Tadeu Filipelli. Interlocutor de Barbosa, o empresário Alcyr Collaço diz que investigou o assunto e dá a sua versão: “É 800 pau (sic). Quinhentos pro Filippelli, 100 para o Michel (Temer), 100 para Eduardo (Cunha), 100 para Henrique (Eduardo) Alves”. Tal e qual o trio, o empresário Paulo Octávio teve apenas o nome citado, sem nenhuma prova material que o condene.
Acontece que os deputados Michel Temer (SP), Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN), todos do PMDB, são ferrenhos aliados do Palácio do Planalto. Sem contar que Temer é o nome mais cotado do PMDB para fazer dupla com Dilma Rousseff na corrida presidencial. Não se trata de defender um e acusar outro, mas é preciso isonomia ao se aplicar o que determina a legislação. Será que nesse caso também prevalece aquela velha máxima que diz “aos amigos, tudo, aos inimigos, a dureza da lei”? Fato é que essa história criminosa está muitíssimo mal contada.
by Ucho.info

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