terça-feira, 22 de junho de 2010

Você pagou 15 milhões por uma festa para Assentados, sabia?

Governo banca festa de R$ 15 milhões para assentados
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
Uma festa para pequenos agricultores e famílias de assentados da reforma agrária, em Brasília, está orçada em R$ 15,2 milhões.
São recursos do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que ainda captou, por meio de uma ONG, mais R$ 1 milhão --quase a totalidade desse valor obtida de estatais.
Trata-se da 7ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Brasil Rural Contemporâneo), que começou na quarta-feira e termina amanhã em Brasília. Foram gastos R$ 13,7 milhões para montagem do evento e o restante será usado para transporte e hospedagem.
O custo total da feira, que teve a visita do presidente Lula, é o equivalente ao valor utilizado em 2009.
A festa, na qual haverá a apresentação de Paulinho da Viola e Lenine, terá painéis de tecnologia LED, telão "double screen", coqueiros cenográficos e pisos de vidro, entre outros itens de luxo. Alguns dos artigos que faziam parte do contrato não foram instalados, como brinquedos e arranjos de paisagismo.
O coordenador da feira Luiz Felipe Nelsis, do Desenvolvimento Agrário, afirmou que não há itens luxuosos no evento e que a intenção do ministério é fazer um evento com a qualidade comparável aos da agroindústria.
"Não é porque é para uma população mais pobre que não vamos fazer uma coisa boa. Queremos mostrar que [a agricultura familiar] não é um rural atrasado", afirmou.
Ele disse também que já foram suprimidos R$ 2,233 milhões do custo total, referentes ao que não foi entregue pela empresa contratada. Segundo Nelsis, esse valor será descontado e auditores da Controladoria-Geral da União fazem a fiscalização.
A empresa responsável pela montagem do evento foi a Carla Dias Viagens e Eventos que venceu um pregão eletrônico com o valor de R$ 13,7 milhões. O pregão foi realizado pelo preço global, não pelo preço de cada item.

Problema

Carla Dias, proprietária da empresa, afirmou que, por problemas técnicos, não foi possível instalar todos os itens e que o ministério foi informado do assunto.
"Não podíamos ficar mexendo ali para não prejudicar a estrutura", afirmou ela, ao citar os coqueiros que seriam colocados na entrada.
Atanagildo Brandolt, diretor do Instituto Latinoamerica, ONG que captou recursos de patrocínio, afirmou que foi convidado pela terceira vez pelo ministério para receber e pagar aos artistas.
Nelsis afirmou que o dinheiro do patrocínio não será usado para pagar os artistas.

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