segunda-feira, 29 de abril de 2013

Gel pode recuperar tecido cardíaco danificado por infarto Material pode ser injetado no corpo humano por um cateter Cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego, desenvolveram um hidrogel injetável que promete ser uma forma eficaz de tratar danos no tecido do músculo do coração causados por infarto. Segundo Karen Christman, líder da pesquisa, publicada no Journal of the American College of Cardiology, a estimativa é de que ocorram 750 mil ataques cardíacos a cada ano só nos Estados Unidos. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, são 320 mil mortes por problemas cardiovasculares por ano. TECIDO CONJUNTIVO As células do tecido conjuntivo têm como função servir de suporte e manter unida a estrutura corporal. Presente na maioria dos órgãos, como o coração, o tecido conjuntivo forma grande parte dos músculos, tendões, ossos, cartilagens e da pele. Também é conhecido como tecido conectivo, por preencher os espaços intercelulares do corpo e ligar órgãos e tecidos diversos. O gel é produzido a partir de tecido conjuntivo cardíaco retirado de células musculares do coração por meio de um processo de limpeza. Então é liofizado (passa por um processo de secagem feito a baixa temperatura), moído até virar pó e liquefeito até se tornar um fluido que pode ser facilmente injetado no coração. Quando atinge a temperatura do corpo, ele se torna um gel semi-sólido e poroso, que leva as células a reocupar as áreas danificadas do tecido cardíaco. Segundo o Dr. Luis Gowdak, membro da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) e cardiologista do InCor, o infarto ocorre a partir de uma súbita privação de oxigênio no tecido cardíaco. Se o fluxo de oxigênio não for rapidamente restabelecido, as células de parte ou de todo o coração morrem. Se o paciente sobreviver, as sequelas do ataque serão uma cicatriz e a diminuição da capacidade de contração do órgão, gerando insuficiência cardíaca. "O objetivo do hidrogel, nesse caso, é regenerar a cicatriz e as células mortas, melhorando assim a capacidade de contração do músculo cardíaco", explica Gowdak. "A substância criada pelos pesquisadores norte-americanos faz parte do que se chama hoje em dia de medicina regenerativa, assim como a utilização de células tronco na regeneração de outros órgãos do corpo". A pesquisa mostra que o hidrogel pode ser injetado no corpo humano por meio de um cateter, método pouco invasivo que dispensa cirurgia ou anestesia geral. O teste, que usou tecido do coração de porcos, foi aplicado em ratos e não causou nenhuma rejeição do organismo ou arritmias cardíacas nos animais. Segundo Christman, isso acontece porque a equipe removeu todas as células que poderiam ser rejeitadas pelo corpo.

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