sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Denúncia sobre obra em MT quer 'enfraquecer' Dilma, diz Negromonte

Ministro das Cidades afirmou que vai apurar denúncia de parecer fraudado.
Jornal diz que ministério forjou parecer de obra da Copa em Cuiabá (MT).

O ministro das Cidades, Mário Negromonte, disse nesta sexta-feira (25), em Salvador, que as denúncias de suposta fraude em parecer de obra de mobilidade urbana para a Copa de 2014 em Cuiabá (MT) tentam "enfraquecer a presidente Dilma".

Após solenidade de assinatura dos termos de adesão à segunda fase do Programa Minha Casa, Minha Vida, ao lado do governador da Bahia, Jaques Wagner, o ministro também disse que o fato de ele ser nordestino - Negromonte é deputado federal do PMDB da Bahia licenciado - também influenciou para as denúncias.

"As denúncias vieram de parte da imprensa certamente insatisfeita com o governo federal, [que quer] enfraquecer a presidente Dilma. É uma mulher, existe discriminação. Existe discriminação com nordestino. Fizeram uma ilação sobre a Festa do Bode. Se fosse Festa da Uva, da Maçã, certamente ninguém faria discriminação. Como a Festa do Bode é coisa de nordestino, o ministro é nordestino, tome cacetada", disse Mário Negromonte.

O ministro fez referência a reportagem da revista "Época", que afirmou que ele usou o cargo para obter patrocínio estatal para evento no interior da Bahia que promoveu os interesses políticos de sua família.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Estadão ESPN, Negromonte havia reafirmado que não houve fraude na mudança do parecer e que a sindicância vai apurar o caso e que não vai passar "a mão na cabeça de ninguém".

Reportagem de "O Estado de S.Paulo" acusou servidores da pasta de forjar documento que autorizou mudanças em projeto, ampliando o custo da obra para R$ 1,2 bilhão - R$ 700 milhões a mais do que o previsto na proposta original. Conforme o jornal, a diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Gomide Vianna, teria participado da fraude.
Determinei abertura de sindicância para apurar eventuais irregularidades. Disponibilizei toda documentação original. Está na mão do Ministério Público. Não vou antecipar, não vou pré julgar A sindicância vai apurar se houve falha e erro do funcionário público. Não vou passar a mão na cabeça de ninguém”, afirmou.

O ministro negou a informação de que teria dado aval a mudanças no projeto. “Não tinha conhecimento, não dei aval a ninguém, nem dr. Cássio [chefe de gabinete], que é um técnico competente, sério, honrado. É bom que vocês entendam, não foi licitado ainda. A decisão foi do governo do estado de propor a alteração do modal. Lá, o governo passado, fez a proposta de BRT, ele achou por bem mandar os técnicos analisarem VLT, que é uma coisa mais moderna e mandou pra lá. Lá tem uma decisão colegiada.”
Questionado se já havia conversado com a presidente sobre a repercussão das denúncias, ele disse ter o apoio de Dilma.

“O ministro Gilberto Carvalho me ligou e disse que eu fique tranquilo porque a presidente conhece todo o trâmite. Não tem telefonema comprometedor de nada, não tem desvio de recurso nem corrupção. A gente não pode criar a república da desconfiança”, disse.

O ministro disse ainda que não tem "apego ao cargo". "Não vou ficar de joelho pra ninguém, não tenho apego a cargo. Estou muito honrado em fazer esse trabalho junto a Dilma. Se eu sentir que ela não me quer, eu vou lá e entrego. Mas até agora ela nunca sinalizou, muito pelo contrário. (...) Sou deputado. Esse eu dou valor, esse mandato."

Sindicância
Em nota oficial divulgada na noite desta quinta-feira (24), o ministro das Cidades, Mário Negromonte, anunciou que determinou a abertura de uma sindicância para "apurar eventual prática de irregularidade"

Na nota, o ministério afirma que a sindicância foi solicitada ao ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral da União, "em aviso urgente". A pasta afirma ter entregue ao Ministério Público cópia do processo com a suposta fraude "mantendo os princípios de total transparência de seus atos e da prestação de contas aos órgãos de controle".

Nenhum comentário:

Postar um comentário