domingo, 29 de abril de 2012
Cachoeira é um "leão enjaulado prestes a explodir", diz mulher de contraventor
Jornal do Brasil
PF teria mudado rumos das investigações após a descoberta do elo entre bicheiro e órgãos públicos
O contraventor goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde o dia 29 de fevereiro, estaria "prestes a explodir" e "sente-se como um leão enjaulado" no presídio de Papuda, em Brasília. Foi o que sua mulher, Andressa Mendonça, 30 anos, revelou em entrevista à Revista Veja, que chegou às bancas neste sábado.
A afirmação veio seguida da seguinte explicação: "Carlinhos não é qualquer preso. É Carlinhos Cachoeira. Quando ele fala em explodir, a gente pode imaginar o que seja", disse, sem querer aprofundar o assunto.
Para Andressa, Cachoeira não passa de um bode expiatório da Operação Monte Carlo. Para a Polícia Federal, no entanto, o goiano é considerado o líder de um esquema de jogos ilegais em Goiás e no Distrito Federal envolvendo políticos e diversos empresários país afora. Cachoeira aproveitou-se, segundo a PF, da influência de seu amigo pessoal, senador Demóstenes Torres, para obter diversas vantagens e informações privilegiadas.
Para ela, o marido se considera um preso político, e não estaria em liberdade apenas 'por causa das ligações dele com um senador da República que vieram à tona'. A mulher do contraventor acusou ainda a Polícia Federal de ter mudado os rumos das investigações depois que as relações de cachoeira com órgãos públicos foram sendo descobertas.
Questionada se Cachoeira pensou em fazer acordo da delação premiada, Andressa disparou: "Sim (ele pensou em fazer acordo de delação premiada), mas eu fui contra. Disse a ele para não fazer. Eu quero ter uma vida de paz e de tranquilidade com ele".
Prejuízo ao PT
Questionada se o marido poderá detalhar o esquema de corrupção e delatar os nomes de mais políticos e empresários envolvidos, Andressa afirmou que 'tem certeza de que ele não vai perseguir ninguém nem fazer mal' a nenhuma pessoa. Para ela, ele não pretende atacar o Partido dos Trabalhadores, mas admite que a 'explosão' poderia ocorrer durante um ataque de fúria.
Demóstenes recebeu R$ 3 milhões
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) teria recebido R$ 3,1 milhões da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, principal alvo da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. As escutas que denunciam o pagamento foram veiculadas na noite desta sexta-feira (27/04), no "Jornal Nacional".
"Porque eu tô devendo para ele R$ 1,086 milhão. E, na verdade, eu só tenho os R$ 86 mil", diz Geovani, na gravação. Ele é um dos integrantes da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, que lhe responde: "Esse R$ 1 milhão é do Demóstenes, uai".
Em outro momento, o contraventor detalha os pagamentos ao senador:
"A conta é fácil. Você deu R$ 1,5 milhão mais R$ 600 mil (para Demóstenes). Depois, segurou mais R$ 1 milhão para mim. Dá R$ 3,1 milhão. Então não tem outra conta", diz Cachoeira e Cláudio Abreu, um dos seus associados.
Novas escutas revelam existência de Estado paralelo, diz líder do PPS
Jornal do Brasil
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), ao comentar as novas revelações de conversas telefônicas entre o senador Demóstenes Torres (GO) e Carlinhos Cachoeira, disse que as escutas telefônicas, publicadas, neste sábado, nos principais jornais do país, não deixam dúvidas de que há um esquema criminoso entranhado nos poderes da República. Para ele, as denúncias exigirão da CPMI um trabalho aprofundado para apurar todas as ramificações da organização comandada pelo contraventor.
Bueno informou que vai reforçar, na próxima reunião da comissão seu pedido para sejam criadas sub-relatorias com o objetivo de dividir as áreas de investigação da comissão. Ele acredita que sua proposta deverá receber o apoio dos integrantes do colegiado.
“A CPI vai tratar de um esquema criminoso complexo, que, pelo visto, é um Estado paralelo, com ramificações em todos os poderes, que atinge não só os jogos ilegais, mas também tráfico de influência, pagamento de propina, superfaturamento de obras federais, estaduais e municipais, além de lavagem de dinheiro e financiamento ilegal de campanhas. Concentrar tudo isso na mão de um único parlamentar é prenúncio de fracasso”, argumentou o parlamentar.
Inicialmente, Bueno sugere a criação de quatro sub-relatorias: de Movimentação Financeira, responsável por analisar as quebras de sigilo bancário e fiscal; de Contratos, que fará uma devassa nos negócios entre as empresas ligadas ao esquema, com a Construtora Delta, e governos federal, estaduais e municipais; de Jogos Ilegais e Loterias, para esmiuçar o funcionamento do esquema de contravenção e de loterias estaduais comando pelo grupo de Cachoeira; e a de Normas de Combate à Corrupção, que ficará responsável por elaborar sugestões da CPMI para o combate aos crimes de colarinho branco.
Mensalão
Rubens Bueno lembrou que a mesma estratégia foi adotada durante a CPI dos Correios, que iniciou apurando o pagamento de propina na empresa, mas que, ao longo dos trabalhos, revelou o esquema do mensalão, a extensa rede de pagamento de propina a parlamentares da base aliada de apoio ao governo do ex-presidente Lula.
“A CPI dos Correios teve resultado porque teve o bom senso de adotar sub-relatorias. Por causa dela o escândalo do mensalão não passou para a história como ‘piada de salão’ e se transformou em processo do Supremo Tribunal Federal”, afirmou o líder do PPS.
Controle do governo
A divisão dos trabalhos de relatoria, reforçou o parlamentar, ainda pode evitar que todo o funcionamento da CPI fique nas mãos do governo. “Não é bom para a sociedade uma CPI controlada pelo governo, que obviamente tem seus interesses. Com as sub-relatorias, a sociedade ficará mais segura de que a rede de corrupção seria apurada com isenção”, ponderou Bueno.
terça-feira, 24 de abril de 2012
NOVO MENSALÃO DO PT
Cachoeira é um arquivista compulsivo, Lula o chefe.
Sábado fui ao aniversário de 50 anos do Chico Otávio, repórter do Globo.
http://www.revolucionario.com.br/novor/noticia/FEDERAL/129/novo-mensal%C3%83o-do-pt.html
Lá estavam, entre outros, o Rubens Valente, da Folha, outros “jornalistas investigativos”. Estava também o Wagner Montes, cuja assessora de imprensa na Alerj é amiga do Chico.
Soube de informações interessantes:
1) Coisas mais graves do que as apuradas pela operação Monte Carlo (da PF, criada para investigar Demóstenes e Cachoeira) foram apuradas na operação Las Vegas, que trata de ligações do Cachoeira com a cúpula do Judiciário. Haveria material incriminando (em maior ou menor grau) nove ministros do STJ e quatro do STF. Só que o STF requisitou toda a documentação a respeito, determinando que a PF não ficasse com cópia, e sentou-se em cima da papelada. Isso era sabido não só pelo Chico Otávio (Globo) e pelo Rubens (Folha), mas (pasmem!) também pelo Wagner Montes.
2) Como a área de atuação de Cachoeira é perto de Brasília e ele tem desenvoltura e poder de articulação, ele atua como representante de um pool nacional de contraventores que exploram bingos, caça-níqueis, videopôquer e afins. Não fala só por ele. Daí sua desenvoltura (e seu dinheiro).
3) Cachoeira é um arquivista compulsivo. Tem gravações telefônicas e em vídeo que comprometem todos os grandes partidos e inclusive gente graúda do governo federal. Tem um vídeo em que dá R$ 1,5 milhão a uma alta figura ligada à campanha da Dilma. O Globo e a Folha têm a informação, mas não sabem quem recebeu o dinheiro. E não têm provas.
4) O contador de Cachoeira, cuja foto está nos jornais, está em Miami, com cópia de tudo o que ele tem gravado. Se algo acontecer com o patrão, vem tudo à tona.
5) Cachoeira está chantageando o governo federal. Diz que não vai aceitar a prisão. Diante disso, o PT está pagando os honorários de Márcio Tomaz Bastos (R$ 16 milhões), que o defende e vai de jatinho à penitenciária de segurança máxima de Mossoró, onde Cachoeira está preso. Folha e O Globo têm a informação de que é o PT quem paga a Márcio, mas não a publicam por falta de provas.
6) Todo mundo está com medo de investigações sobre a Delta. Parece que ela – que contratou Dirceu como “consultor”, o que ele não nega – tem tido uma atuação muito mais agressiva do que as demais empreiteiras e cresceu de forma vertiginosa. Tem “negócios” com PT, PMDB, DEM, PSDB.
7) Ninguém entendia muito vem por que Lula teria dado força à criação da CPI. Detonar Marconi Perillo parecia pouco para explicar uma CPI que pode abalar a República. Os jornais de hoje já dizem que o PT já pensa em recuar...
De qualquer forma, como se vê, a Cosa Nostra chegou aos trópicos.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Mapa indica os locais onde acontecem as discussões da Rio+20; veja
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