quarta-feira, 27 de abril de 2011
10 Estratégias de Manipulação para manter o público alienado.
1 – A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO-
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')".
2 – CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES
Este método também é chamado "problema-reação-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3 – A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4 – A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5 – DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê?"Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")".
6 – UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos.Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...
7 – MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')".
8 – ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto...
9 – REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!
10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.
É assim que os PTralhas e sua corja de aliados manipula os pobres, os incultos e os que não tem acesso a informação. Vamos quebrar esta corrente do MAU!
Vamos imprimir e distribuir isso para todos os que não tem acesso a informação. Se cada um fizer isso com certeza ela atingirá seu objetivo.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Sindicato prevê 'caos completo' nos aeroportos durante a Copa 2014
Por Rafael Moraes Moura, da Agência Estado, estadao.com.br, Atualizado: 26/4/2011 16:25
Haverá 'caos completo' nos aeroportos brasileiros durante a Copa do Mundo de 2014, disse terça-feira, 26, José Márcio Monsão Mollo, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA). 'Em 2010, o movimento anual (nos aeroportos) ficou em torno de 155 milhões. Nossa previsão pra 2014 é que vai chegar a mais de 260 milhões de passageiros. O que vai ocorrer é o caos completo, sem dúvida nenhuma', afirmou Mollo, que participou nesta tarde de audiência pública da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal. O SNEA representa as empresas aéreas.
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado há duas semanas apontou que nove dos 13 aeroportos brasileiros não estarão prontos para o Mundial de 2014. O levantamento provocou uma grande repercussão por denunciar as falhas nos preparativos do evento, mas acabou duramente criticado pelo próprio governo. O ministro da secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, chegou a reduzir o estudo a 'recorte de jornais'.
'Assinamos embaixo as conclusões do Ipea. Também não acreditamos que haja tempo pra tanto', disse Mollo. Segundo ele, mesmo que todas as obras previstas sejam feitas, a maioria dos aeroportos terá a capacidade esgotada já em 2014. Segundo o SNEA, dos 16 aeroportos dos Estados onde ocorrerão jogos da Copa, 11 estariam com a capacidade esgotada no ano do Mundial, ainda que a previsão de obras da Infraero seja cumprida.
O estudo do Ipea foi defendido até por aliados do governo, como a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). 'Estou convencida de que algo está errado, muito errado, no encaminhamento das construções dos aeroportos. Em vez de criticarmos o trabalho feito pelo Ipea, temos de buscar as saídas e as soluções', disse Grazziotin. O novo presidente da Infraero, Gustavo do Vale, não compareceu à audiência, mas deve ser chamado para falar na comissão nas próximas semanas
Nove alimentos para deixar a imunidade nas alturas
Sua imunidade anda baixa? Ou, melhor ainda, você não quer dar chance para que nenhum mal afete a sua saúde? Aposte em um prato de comida bem equilibrado, principalmente com os ingredientes certos. "Os alimentos são ricos em vitaminas, minerais e outras substâncias que auxiliam na manutenção do sistema imunológico", afirma Ioná Zalcman, mestre em nutrição pela Universidade Federal de São Paulo. De acordo com a nutricionista, atingir a recomendação diária de consumo de frutas e vegetais já garante uma defesa melhor. "O consumo deve ser de cinco porções por dia: três frutas e dois vegetais", completa. A seguir, confira a lista de campeões da blindagem e conheça os motivos que tornam esses alimentos poderosos aliados do organismo.
Eles são:
Frutas cítricas, como laranja, acerola, kiwi, tomate, além de brócolis, couve e pimentão verde e vermelho são ricos em vitamina C, antioxidante que aumenta a resistência do organismo
Vegetais verdes escuros (brócolis, couve, espinafre), feijão, cogumelo (shimeji) e fígado são alguns dos alimentos que apresentam ácido fólico. O nutriente auxilia na formação de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo
Carne, cereais integrais, castanhas, sementes e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico), são ricos em zinco, nutriente que combate resfriados, gripes e outras doenças do sistema imunológico
Noz, castanha, amêndoa e óleos vegetais (de girassol, gérmem de trigo, milho e canola) são ricos em vitamina E. Ela é benéfica, principalmente para os idosos, agindo no combate à diminuição da atividade imunológica por conta da idade
Rico em licopeno, o tomate é forte aliado para combater doenças cardiovasculares, removendo radicais livres do organismo
O ômega-3 presente, por exemplo, no azeite e no salmão, auxilia as artérias a permanecerem longe de inflamações, ajudando a imunidade do corpo
A castanha-do-Pará e cogumelos (Champignon) contêm selênio, um forte antioxidante que combate os radicais livres, melhorando a imunidade do corpo e acelerando a cicatrização do organismo
Rico em vitaminas C, B6 e com ação bactericida, o gengibre vai além de ajudar a tratar inflamações da garganta e auxilia nas defesas do organismo
A pimenta é fonte de betacaroneto, substância que se transforma em vitamina A, nutriente que protege o organismo de infecções
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Novo plástico consegue ‘se curar’ para eliminar riscos e deformidades
Cientistas da Western Reserve University (EUA), desenvolveram um plástico feito de longas cadeias de hidrocarbonetos colados uns nos outros por peças de metal. Quando o material é iluminado por luz ultravioleta, o metal se aquece e o plástico derrete, desaparecendo com qualquer arranhão ou deformidade.
Os pesquisadores acreditam que a nova tecnologia poderá ser usada para fabricar bolsas, móveis, janelas, pisos, pneus e até óculos — poupando gastos e frustração na hora de consertar coisas estragadas. Em testes de laboratório, riscos profundos feitos no material com uma lâmina levaram menos de um minuto para se restaurarem.
Quando a luz ultravioleta é desligada, o revestimento de plástico solidifica-se de novo e toma aparência de ‘novo em folha’. "Criamos um material que consegue se desfazer quando exposto à luz. Quando isso acontece, as moléculas preenchem a parte danificada e o sistema se cura", disse o engenheiro Stuart Rowan, líder da pesquisa, em entrevista ao jornal inglês Daily Mail.
Com o tempo, acredita Rowan, os sistemas de lavagem de carro poderão ser equipados com luz ultravioleta. Assim, além de limpos, os carros sairiam com tinta e polimento perfeitos. Embora plásticos 'autorreparáveis' tenham sido desenvolvidos antes, a maioria deles precisa de muito calor para iniciar o processo de conserto. A luz ultravioleta torna o sistema mais rápido, fácil e mais preciso, afirmam os cientistas.
domingo, 24 de abril de 2011
Indo a Paris?
Delizioso di Maria mole - criação Celma Lavaquial Capeche
01 pacote de biscoito tipo maisena de chocolate;
o1 caixinha de pudim diet de chocolate;
01 caixinha de pudim diet de coco;
01 caixnha de maria mole;
01 pacote de coco ralado;
100 gr de passas embebidas no vinho do porto.
Esta receita tem várias etapas e para facilitar seu andamento comece por fazer a maria mole, seguindo as instruções da caixinha, mas deixe bater por 40min(em vez de 20) em velocidade máxima, assim ela fica muito leve. É a etapa mais demorada.
Num pirex arrume no fundo, o biscoito tipo maisena de chocolate.
Faça o pudim de chocolate seguindo a orientação da caixinha.
Depois de pronto deixe esfriar um pouco e despeje sobre os biscoitos devagarinho, para que eles não saim do lugar.
Enquanto ele esfria, quebre vários biscoitos ao meio e após colocar o pudim coloque-os em pé nas laterais do pirex. Leve a geladeira.
Enquanto esfria faça o pudim de coco.
Ao retirar o pudim da galadeia, coloque as passas embebidas no vinho do porto e o pudim de coco. Retorne a geladeira.
Após 20 minutos retire o pudim da galadeira e coloque a maria mole. Por último polvilhe o coco ralado. Deixe na geladeira por uma hora e tá prontinho!
sexta-feira, 22 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Polem Tesão - 21-04-2011
20-04 Dia de Tiradentes! Herói Brasileiro!!!
O primeiro Brasileiro a morrer pela Liberdade!!! Liberdade=DEMOCRACIA!
Nascido em uma fazenda no distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, na Minas Gerais. O nome da fazenda "Pombal" é uma ironia da história: O Marquê...s de Pombal foi arqui-inimigo de Dona Maria I contra a qual Tiradentes conspirou, e que comutou as penas dos inconfidentes.
Joaquim José da Silva Xavier era filho do reinol Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier (prima em segundo grau de Antônio Joaquim Pereira de Magalhães), tendo sido o quarto dos sete filhos.
Em 1755, após o falecimento de sua mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido (alcunha) de Tiradentes, um tanto depreciativa.
Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de comandante da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.
Morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento de água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela província. Fez parte de um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos da América. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.Ver mais
Dia 19/04 é o é dia do Índio
Minha homenagem a esse povo destruido e desrespeitado por todos os governos.
Índio Brasileiro
Nos caminhos da lua,
sob os raios de sol,
com a alma nua,
lutam de sol a sol.
Os donos da terra,
roubados e expoliados,
sempre em guerra,
sem aliados.
Vidas ceifadas,
matas destruídas
por muitas facadas,
almas sentiddas.
Sem suas ocas e cocares,
buscando respeito,
são muitas as dores,
que trazem no peito.
(Celma Lavaquial Capeche)
Escamas e couro de peixe viram objetos de arte e de moda
O buquê aí de cima contraria o famigerado clichê “do luxo ao lixo”. Na realidade, ele representa exatamente o oposto. É parte de um conjunto de peças criadas a partir de resíduos para frequentar as lojas mais badalas, como Daslu e Tok&Stok. São bolsas, carteiras, itens de decoração, luminárias. Tudo feito com resto de peixes. O couro e as escamas, antes descartados sem qualquer critério nos rios e no mar, agora dão vida a objetos de design. Isso evita um prejuízo ambiental enorme.
Quem vê de longe não diz que os objetos são feitos com restos de peixes. A aparência das escamas lembra raspas de parafina. O couro passaria fácil pelo de qualquer animal. Ao contrário de uma impressão distante, as peças não cheiram a mercado de peixe. São limpas e inodoras. Não precisa ter nojo.
Os produtos nascem das mãos de artesãs de Recife, mulheres de pescadores da comunidade Brasília Teimosa. Há seis anos, Camila Blanke, empresária e estilista, viu nos restos das toneladas de peixes retiradas diariamente dos rios uma oportunidade de negócio. Pesquisou o material, fez um arranjo com um curtume no interior de São Paulo e passou a fabricar as primeiras peças de couro. “Fizemos alguns testes e descobrimos que o couro do peixe é 88% mais resistente do que o do boi”, afirma Camila. Ela abriu então a Mar e Arte, uma empresa que vende produtos “à base” de peixe.
O processo demorou um bocado. Afinal, a transformação do couro de peixe in natura em matéria-prima era uma novidade até para o curtume. No meio do caminho, Camila descobriu que poderia usar também as escamas em suas criações. Hoje seu ateliê produz, com a ajuda de 40 mulheres da comunidade, mais de dez mil peças todo mês, entre os itens de couro e de escamas (são cem modelos ao todo). “Nosso trabalho vai além de vender produtos. Queremos educar a comunidade para acabar com a poluição dos rios”, diz Camila. “Depois de uma série de palestras, folhetos distribuídos e ações de conscientização, os próprios moradores se fiscalizam. A quantidade de lixo jogada na água diminui muito.”
A Mar e Arte já ajudou a retirar toneladas de lixo dos mares. Deu trabalho – e auto-estima – para as mulheres, que antes ficavam restritas aos cuidados com os filhos e a casa. E levou uma nova matéria-prima às prateleiras de lojas de grife. A Tok&Stok vende flores e aneis de guardanapo da empresa. A Daslu, até pouco tempo, tinha uma bolsa criada com exclusividade para sua marca. A Maria Bonita Extra comprou o couro da companhia. E a Movimento, especializada em moda praia, desfilou biquínis de couro de peixe no último São Paulo Fashion Week.
O sucesso da Mar e Arte é tamanho que as peças se tornaram internacionais. Foram parar na Alemanha, em Portugal, nos Estados Unidos e na França. Mas Camila quer mais. Está desenvolvendo, junto com as mulheres da comunidade, novas linhas de revestimento para a casa, móveis e sapatos. “Temos que dar lucro, né?”.
Algumas peças
As carteiras de couro de peixe estão disponíveis em diferentes cores (difícil é escolher só uma!). São encontradas no site da Mar e Arte. Cada uma sair por R$ 120.
A bolsa de couro de peixe foi feita com exclusividade para a marca da Daslu. Estava disponível nas cores verde, cru e rosé. A loja já não tem as peças em seus estoques. Agora a bolsa, uma espécie de mochilão criada por Camila Blanke juntos das meninas da comunidade de Recife, está à venda em cores diversas no site da Mar e Arte. Cada uma sai por R$ 600. Vale lembrar: o couro de peixe é 88% mais resistente do que o de boi ou de ovelha. E vai deixar de poluir os mares e rios.
As luminárias de chão, em três tamanhos, são feitas com escamas de diferentes peixes. De longe, parecem ser de lascas de parafina. As escamas não têm cheio. E são muito mais resistentes do que sugerem. As peças podem ser encontradas no site da Mar e Arte. A pequena custa R$ 340. A média, R$ 440. E a maior pode ser levada por R$ 540.
Os aneis para guardanapos estão entre os itens mais vendidos da Mar e Arte. As pétalas das flores são colocadas uma a uma pelas mulheres dos pescadores. Estão disponíveis no site da empresa e na rede Tok&Stok. Cada uma sai por R$ 25.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Gastos Ocultos do Governo em cartões corporativos
A diferença não fica só no valor como na exposição dessas despesas. Enquanto servidores como o José Ilcleson lá do Amazonas são flagrados em situações vexatórias, o mesmo não ocorre com quem deveria zelar pelo erário e servir de exemplo. Em nome da “segurança nacional”, o governo oculta gastos e não presta contas de suas próprias despesas. Na verdade não é o governo que precisa de proteção. Nós é que devemos nos proteger do governo.
Onde estão os cortes do orçamento?? Nossos impostos estão sendo gastos sem critério e não estão sendo utilizados para o POVO! Acorda Brasil!!!!!
domingo, 3 de abril de 2011
E agora prefeito vai fazer o que? Esperar mais alguém ter o carro destuído ou alguém morrer para tomar atitude?
Após acidente em Copacabana, Light afirma que Rio ainda tem 130 bueiros com risco de explosão
By O Globo on line
RIO - A Light reconheceu que bairros do Centro e da Zona Sul ainda têm 130 bueiros com risco de explosão. Na noite de sexta-feira, uma câmara da concessionária estourou na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, ferindo cinco pessoas. Em entrevista concedida, na manhã deste sábado, o presidente da Light, Jerson Kelman, pediu desculpas à população e disse que ainda há riscos de novos acidentes acontecerem. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou, na noite deste sábado, que a Avenida Nossa Senhora de Copacabana está totalmente liberada ao tráfego - assim como a Rua Bolívar, entre as avenidas Nossa Senhora de Copacabana e Atlântica.
- Seria leviano se eu garantisse que não existe mais risco - admitiu Kelman.
FOTOS: Confira imagens tiradas por leitores da explosão em Copacabana
LEIA MAIS: Especialista aponta várias hipóteses para a explosão em Copacabana
Ele informou que, em toda a cidade, há quatro mil bueiros, dos quais dois mil estavam em mau estado de conservação. Desses, 1170 são em áreas de grande circulação de veículos e pedestres. Cerca de 1040, segundo ele, já estão com a manutenção em dia, e os 130 restantes ainda serão recuperados.
- Peço desculpa à população, mas o que fizemos até agora não foi suficiente. Criamos um cronograma até dezembro para realizar o serviço de manutenção nos bueiros da cidade. Temos 140 profissionais envolvidos e vamos treinar mais técnicos para acelerar o trabalho.
Paes quer auditoria externa na Light e punição
O prefeito Eduardo Paes, que esteve no local do acidente na manhã deste sábado, afirmou que determinará à RioLuz que contrate uma auditoria externa para, junto com a Light, avaliar o plano de melhorias da companhia de energia. Ao todo, a concessionária tem 4 mil subestações de energia na cidade como a que explodiu.
- É uma vergonha que isso ainda aconteça na cidade, e a prefeitura vai exigir da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) medidas contra a Light, já que não existe multa que pague esse prejuízo - declarou Paes.
Segundo o prefeito, a contratação da empresa será feita em caráter emergencial, sem a necessidade de licitação.
O bueiro de ferro foi alçado a uma altura de quatro metros, por volta das 20h de sexta-feira, abrindo uma cratera de seis metros de diâmetro e destruindo pelo menos duas pistas da via. A Light informou que o problema foi causado por uma explosão na câmara subterrânea que fica sob a pista central da Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Segundo a empresa, as causas do problema ainda estão sendo apuradas. A Secretaria municipal de Saúde informou que cinco feridos na explosão deram entrada no Hospital Miguel Couto. Três homens apresentavam queimaduras e ferimentos em várias partes do corpo. O estado deles é estável, e eles permanecerão internados. Outros dois homens tiveram ferimentos leves. Entre os feridos, estava um taxista que passava com o veículo pelo local, e foi atingido pela tampa do bueiro. Outras duas vítimas eram entregadores do Supermercado Zona Sul, e foram identificados apenas como Alessandro e Fernando. A quarta e a quinta vítimas ainda não foram identificadas.
Testemunhas contaram que o cenário na hora da explosão era de guerra, com pânico e correria. Entulhos de ferros, pedaços de asfalto e pedras cobriam parte da avenida. Houve muita fumaça e aglomeração de curiosos. A explosão foi exatamente embaixo da faixa para a travessia de pedestres. Segundo testemunhas, se o sinal estivesse aberto para pedestres, dezenas de pessoas poderiam ter sido vítimas e até mesmo morrido.
O fornecimento de energia no momento da explosão foi cortado, mas já está restabelecido.
Meu resultado ..Eu sei dizer não?
Saber dizer NÃO, é muito importante
Bondade demais pode esconder problemas de autoestima
HELOÍSA NORONHA
Colaboração para o UOL
Estar sempre disponível, ser muito solícito e conhecido como bonzinho pode ser ótimo para os beneficiados de tanta generosidade, mas e para si mesmo? Esse comportamento pode esconder o medo intenso de desagradar o outro. “É do desejo de contentar todo mundo que nascem as decepções com a família, com os amigos, companheiros ou colegas de trabalho”, avisa a consultora em desenvolvimento humano e terapeuta holística Eliana Barbosa, de São Paulo.
Sempre pronta para ajudar, a professora Ana Paula Guaraci, de 31 anos, é tida como o anjo da guarda do bairro paulistano onde mora. Auxilia crianças com deveres de casa, dá carona para quem precisa, acompanha vizinhos idosos a consultas médicas... Isso faz dela muito conhecida e querida. No entanto, ultimamente, ela não está muito feliz com isso.
“Eu gosto de ajudar, mas detesto me sentir usada. E isso já me aconteceu duas vezes, ao emprestar dinheiro e não recebê-lo de volta no prazo combinado”, lamenta. “Acho que muita gente não está acostumada com a bondade e acaba abusando. Tenho dificuldade em recusar um pedido, mas, sinceramente, cansei de abrir mão de algumas coisas em nome do próximo.”
Assim como Ana Paula, é comum encontrar pessoas que se sintam sufocadas diante das demandas alheias. A sensação é ainda pior quando não há uma troca (que seja um elogio, um gesto de carinho ou uma retribuição, quando necessária) e percebem que a própria vida está sendo negligenciada pela preocupação excessiva com os problemas alheios.
A psicóloga cognitivo-comportamental Mara Lúcia Madureira, de Rio Preto (SP), destaca que as pessoas solícitas ao extremo talvez ajam assim por temerem críticas e reprovações. “O papel de bonzinho é uma estratégia inconsciente para aliviar sentimentos negativos, resultantes da crença pessoal de que são pessoas más, indignas ou incapazes”, completa.
Vá ao BOL e faça o teste.
Embora existam homens com tal perfil, esse tipo de comportamento é mais comum nas mulheres, por questões culturais. “Desde a infância, as mulheres são treinadas para serem certinhas, boazinhas, bonitinhas. Precisam agradar todo mundo. Isso fica tão arraigado no inconsciente feminino que, na vida adulta, cada não que as mulheres dizem vem carregado de uma inexplicável culpa”, afirma Eliana.
De modo geral, a origem desse comportamento vem da infância. “A criança aprende que, se não for boazinha, ninguém irá gostar dela e não irá para o céu. Os conceitos são assimilados como verdades incontestáveis, integrados ao medo e gravados na memória”, diz Mara Lúcia. “Para evitar o temor de não ser amada ou de arder no inferno, a criança se comporta de acordo com as expectativas dos adultos, sendo, então, gratificada ou poupada de castigos”,completa a psicóloga, que afirma que isso se reflete na vida adulta.
Quem se coloca sempre disponível pode, inconscientemente, querer fugir dos próprios problemas, ao assumir os dos outros. “Mas acredito, também, que são pessoas carentes afetivamente, que ficam agradando os outros numa forma inconsciente de serem agradadas. Porém, o que recebem em troca, infelizmente, é a ingratidão, pois, geralmente, as pessoas não dão valor a quem não se valoriza”, salienta Eliana.
O segredo está em encontrar o equilíbrio. “Ser bom não é defeito. Porém, os bons também dizem não. Quem é bonzinho demais prejudica a si mesmo, pois muitas vezes acaba ajudando pessoas que não merecem ou que abusam”, opina Silmar Coelho, doutor em psicologia e liderança pela Universidade Oral Roberts, em Tulsa (EUA). “Ainda assim, é melhor ser bom do que se fechar para as pessoas. Mas com equilíbrio”, reitera.
Para a psicóloga Luiza Ricotta, de São Paulo, a insatisfação nos relacionamentos ocorre se há um desnível entre um e outro; quando a pessoa dá mais do que recebe. “Sendo assim, o vínculo não é saudável e alguém se sente usado. As pessoas precisam ser felizes nos relacionamentos! Não há porque manter relações desniveladas”, afirma a psicóloga. Vencer o medo de dizer não, de fato, é uma tarefa difícil –mas possível. Veja alguns passos para isso:
1. Compreenda que o medo foi instalado na infância, quando você não dispunha de condições para questionar a veracidade das ameaças. As ameaças eram meras estratégias de controle dos pais
2. Críticas não representam perigos reais. São apenas opiniões. Encare-as de uma maneira mais leve, sem se preocupar tanto
3. Todo mundo tem o direito de pedir o que quiser, entendendo que o outro tem o direito de decidir se o atende ou não. Portanto, você não tem obrigação de atender
4. Você tem o direito de dizer não sem sentir culpa
5. Não transforme a passividade em agressividade. O que lhe trará equilíbrio e respeito é a assertividade. Diga não, mas com elegância
6. Compreenda que ninguém ama, respeita ou admira pessoas boazinhas ao extremo. Ao contrário: as exploram, abusam e sentem pena.
Veja a lista de 28 "fichas-sujas" que querem validar candidaturas no Supremo
Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em Brasília
Após o julgamento que quebrou o impasse no STF (Supremo Tribunal Federal) na semana retrasada, há pelo menos 28 processos de candidatos barrados por diversos motivos a serem examinados na mais alta corte do país. O levantamento foi feito pelo UOL Notícias junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Confira os nomes dos candidatos "fichas-sujas" que querem ter suas candidaturas validadas e seus votos nas eleições de 2010 contabilizados:
Improbidade administrativa
Alfredo Pastori (PSL-MG), candidato a deputado federal
Antonio Dias (PDT-SP), candidato a deputado federal
Arnaldo Vianna (PDT-RJ), candidato a deputado federal
Beti Pavin (PMDB-PR), candidata a deputada estadual
Dr. Gilberto Marin (PMDB-PR), candidato a deputado estadual
João Caramez (PSDB-SP), candidato a deputado estadual
Neguinho Teixeira (PSDC-BA), candidato a deputado estadual
Netinho da Saúde (PCdoB-RO), candidato a deputado estadual
Raul Freixes (PTdoB-MS), candidato a deputado estadual
Tereza Jucá (PMDB-RR), candidata a deputada federal
Rejeição de contas
Adib Elias (PMDB-GO), candidato a senador
Bado Venâncio (PSL-PB), candidato a deputado estadual
Caio Riela (PTB-RS), candidato a deputado federal
Ciro Roza (DEM-SC), candidato a deputado estadual
Edson Dantas (PSB-BA), candidato a deputado federal
Gilson Gomes (PSDC-ES), candidato a deputado estadual
Itamar Rios (PTB-BA), candidato a deputado estadual
Júnior de Paulo (PRP-PE), candidato a deputado estadual
Melinho (PSDB-RS), candidato a deputado estadual
Paulo Pastori (PTC-SP), candidato a deputado estadual
Compra de votos
Dr. Dirceu (PSDB-GO), candidato a deputado estadual
Jacó Maciel (PDT-PB), candidato a deputado estadual
José Riva (PP-MT), candidato a deputado estadual
Leonice da Paz (PDT-SP), candidata a deputada estadual
Vitor Sapienza (PPS-SP), candidato a deputado estadual
Renúncia ao mandato
Luiz Sefer (PP-PA), candidato a deputado estadual
Gilmar Carvalho (PR-SE), candidato a deputado estadual
Abuso do poder econômico
Bernardete Ten Caten (PT-PA), candidata a deputada estadual
MAIORIA DO PT E SEUS ALIADOS!!!
Vamos lá Fluzão!!!!
Do UOL Esporte
No Rio de Janeiro
O Fluminense não encheu os olhos de seu torcedor, mas conseguiu se impor e venceu o Volta Redonda por 2 a 1 neste sábado, no Raulino de Oliveira, pela sexta rodada da Taça Rio. Os gols da vitória foram marcados por Souza e Emerson. Arthur descontou para os donos da casa. Com o resultado, a equipe das Laranjeiras continua com chances de classificação para as semifinais do segundo turno do Campeonato Carioca.
PAC - Progrma de Acelração da CORRUPÇÂO
03/04/2011
às 7:13
Rodovia do PAC vira foco de denúncias no Nordeste
Por Flávio Ferreira e Bernardo Mello Franco, na Folha:
Uma das principais obras do PAC no Nordeste, a duplicação da rodovia BR-101 virou foco de irregularidades e desvios de verba, apontam investigações da PF (Polícia Federal) e do TCU (Tribunal de Contas da União). Dos cinco trechos entregues pelo governo federal a empreiteiras, três apresentam indícios de fraude, pagamento de propina e má execução de serviços que podem comprometer a durabilidade e a segurança da rodovia. A obra se arrasta desde 2005 e deve custar R$ 2,5 bilhões aos cofres públicos. O trajeto tem 398 km e corta três Estados: RN, PB e PE.
Procuradas, as construtoras negaram irregularidades ou não quiseram se pronunciar. A direção do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) disse colaborar com as apurações. No lote 2, que liga Arez (RN) à divisa entre Rio Grande do Norte e Paraíba, a ação da PF já levou à prisão preventiva de dois dirigentes do Dnit, um fiscal e três funcionários das empreiteiras. Deflagrada em dezembro de 2010, a Operação Via Ápia indiciou os envolvidos por supostos crimes de formação de quadrilha, peculato e corrupção ativa e passiva. Escutas feitas com autorização judicial flagraram o chefe de fiscalização do Dnit e o gerente do consórcio liderado pela Constran negociando “pacotes” e “encomendas” -propina, diz a PF.
Para o juiz federal Mário Azevedo Jambo, do Rio Grande do Norte, houve “nefasta promiscuidade entre servidores públicos que deveriam fiscalizar obras rodoviárias e representantes de empreiteiras”. O Ministério Público Federal estima os prejuízos até aqui em R$ 4 milhões. Em Pernambuco, a PF descobriu que o consórcio que venceu o trecho 7 (Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Odebrecht e Barbosa Mello) deixou de instalar barras de aço subterrâneas necessária para dar estabilidade à pista. A Folha percorreu o trecho na quinta-feira e encontrou rachaduras em placas de concreto recém-concluídas.
Por Reinaldo Azevedo
Apesar de promessa de Dilma, governo corta investimentos e eleva gastos.....como sempre Mentiras!!!
Por Marta Salomon, no Estadão:
Encerrado o primeiro trimestre do mandato da presidente Dilma Rousseff, o retrato das contas públicas contraria o discurso feito por ela desde a época da campanha eleitoral. Os gastos com investimentos, que deveriam ser preservados dos cortes, caíram. Já as despesas com salários, custeio da máquina pública e da rotina do governo subiram. É justo o oposto do pregado no discurso oficial.
Com pessoal e custeio, o governo gastou R$ 10 bilhões a mais no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. Se forem incluídos os gastos com juros, o aumento chega a R$ 13,2 bilhões. É praticamente um quarto do corte de R$ 50 bilhões feito no Orçamento deste ano e é dinheiro suficiente para bancar quase um ano do programa Bolsa Família. No fim do mês passado, o Estado mostrou que haviam aumentado até gastos com diárias e passagens, supostos alvos de cortes.
Já em investimentos, os gastos caíram pouco mais de R$ 300 milhões na comparação com 2010. Os dados foram lançados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), que registra gastos federais, e foram pesquisados pela ONG Contas Abertas.
O governo diz que está fazendo outra coisa. “Estamos cortando o custeio administrativo, não os investimentos”, disse Dilma Rousseff em março, na Bahia, ao inaugurar uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dos R$ 8,2 bilhões despendidos em investimentos nos primeiros três meses deste ano, R$ 7,9 bilhões se referem a pagamentos de contas herdadas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Os programas incluídos no Orçamento de 2011 propriamente dito, aquele que seria preservado de cortes, praticamente não saíram do lugar.
Nos primeiros 90 dias de governo, apenas R$ 306 milhões foram pagos até o momento, o que significa que o projeto foi realizado e o governo quitou a conta. O volume de investimentos previstos para este ano, porém, chega a R$ 63,7 bilhões. Desse montante, apenas 6,19% passaram pela primeira etapa burocrática do gasto público, o chamado “empenho”, que é feito quando o governo compromete o dinheiro com o pagamento de alguma obra ou serviço ainda em execução.
Por Reinaldo Azevedo
A anatomia do valerioduto
Diego Escosteguy. Com Mariana Sanches, Murilo Ramos, Humberto Maia Junior, Danilo Thomaz, Marcelo Rocha, Andrei Meireles e Leonel Rocha
by Época
Era uma vez, numa terra não tão distante, um governo que resolveu botar o Congresso no bolso. Para levar a cabo a operação, recorreu à varinha de condão de um lobista muito especial, que detinha os contatos, os meios e o capital inicial para fazer o serviço. Em contrapartida, o lobista ganharia contratos nesse mesmo governo, de modo a cobrir as despesas necessárias à compra. Ganharia também acesso irrestrito aos poderosos gabinetes de seu cliente, de maneira a abrir novas perspectivas de negócios. Fechou-se o acordo – e assim se fez: o lobista distribuiu ao menos R$ 55 milhões a dezenas de parlamentares da base aliada do governo. O governo reinou feliz para sempre.
Mas somente por dois anos. Há seis anos, em junho de 2005, pela voz do vilão e ex-deputado Roberto Jefferson, a fantástica história do maior escândalo de corrupção já descoberto no país, conhecido como mensalão, veio a público. O governo quase ruiu. Seu líder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que “devia desculpas” ao país. Os dirigentes do PT, o partido responsável pelo negócio com o lobista, caíram um após o outro, abalroados pelas evidências de que, não, aquela não era uma história de ficção: era tudo verdade.
Sobrevieram as investigações de uma CPI (a última que chegou a funcionar efetivamente no país) e a enfática denúncia do procurador-geral da República, que qualificou o grupo como uma “organização criminosa”, liderada pelo primeiro-ministro informal desse governo, o petista José Dirceu. A realidade dos fatos abateu-se sobre as lideranças do partido. Tarso Genro, um deles, falou em refundar o partido. Lula pediu desculpas mais uma vez. O então deputado José Eduardo Cardozo reconheceu que houve mensalão, e que era preciso admitir os fatos.
Parecia que haveria um saudável processo de depuração ética em Brasília. Parecia. Os anos passaram, e a memória dos fatos esvaiu-se lentamente, carregada pelo esforço dos mesmos líderes petistas de reconfigurar o que acontecera através das lentes da má ficção. Dirceu começou a declarar que não houve compra de votos. Petistas disseram que o esquema não fazia sentido, uma vez que, como eram governistas, não precisariam receber dinheiro para votar com o governo – esquecendo que o valerioduto também contemplava o pagamento de campanhas políticas com dinheiro sujo. Delúbio Soares, o tesoureiro que coordenou os pagamentos, disse que tudo se tornaria piada de salão. Agora, obteve apoio para voltar ao partido, de onde fora expulso quando era conveniente a seus colegas. Por fim, quando estava prestes a terminar seu mandato, Lula avisou aos petistas: “O mensalão foi uma farsa. Vamos provar isso”.
São as voltas que o planeta político dá. Em Brasília, como se percebe, ele gira com especial rapidez. José Eduardo Cardozo agora é ministro da Justiça. Foi sob o comando dele que a Polícia Federal produziu sigilosamente um documento devastador, cujas 332 páginas resultam demolidoras para muitos dos próceres da República. Trata-se do relatório final da Polícia Federal sobre o caso do mensalão, que encerra oficialmente os seis anos de extensas investigações conduzidas por delegados, agentes e peritos especializados no combate ao crime organizado. A peça já está sobre a mesa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e deverá seguir em breve para o gabinete do ministro Joaquim Barbosa, o relator do caso do mensalão no Supremo Tribunal Federal.
Liderada pelo policial Luís Flávio Zampronha, delegado que coordena o caso desde o início e integra a divisão de Repressão a Crimes Financeiros, a PF vasculhou centenas de contas bancárias, esmiuçou dezenas de documentos internos das empresas envolvidas no esquema e ouviu cerca de 100 testemunhas. Produziu-se esse minucioso trabalho por determinação do ministro Joaquim Barbosa. O objetivo era produzir provas acerca dos pontos que não haviam sido contemplados nas investigações da CPI dos Correios e da Procuradoria-Geral da República. As dúvidas dividiam-se em três perguntas elementares:
1. O mensalão foi financiado com dinheiro público?
2. Houve mais beneficiários do valerioduto?
3. Qual era o limite da influência de Marcos Valério no governo petista?
A investigação da PF dissolve essas incertezas – e faz isso com muitas, muitas provas. A resposta às duas primeiras perguntas é sim, sem dúvida. A resposta à terceira? Nenhum. Não há mais argumentos falaciosos, teses descabidas ou teorias conspiratórias que permitam ignorar os fatos colhidos pela PF. Derrubam-se, assim, os mitos que setores do PT, sobretudo sob a liderança moral e simbólica do presidente Lula, tentaram impor à opinião pública. O mensalão não foi uma farsa. Não foi uma ficção. Não foi “algo feito sistematicamente no Brasil”, como chegou a dizer o ex-presidente. O mensalão, como já demonstravam as investigações da CPI dos Correios e do Ministério Público e agora se confirma cabalmente com o relatório da PF, consiste no mais amplo (cinco partidos, dezenas de parlamentares), mais complexo (centenas de contas bancárias, uso de doleiros, laranjas) e mais grave (compra maciça de apoio político no Congresso) esquema de corrupção já descoberto no país. O significado político e, sobretudo, simbólico do fim desse debate é enorme – e pode alterar os rumos do processo do mensalão no STF, que até o momento tendia para uma vagarosa morte jurídica.
Ao responder ao que lhe foi pedido, a PF avança ainda mais. Eis as principais descobertas expostas no relatório:
Chegou-se, finalmente, ao elo mais grave do esquema do valerioduto: a conexão com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O segurança Freud Godoy, que trabalha com o petista desde a campanha de 1989 e desfruta a intimidade da família de Lula, confessou à PF que recebeu R$ 98 mil de Marcos Valério. Disse que se tratava de pagamento dos serviços de segurança prestados a Lula na campanha de 2002 e durante a transição para a Presidência;
Os peritos da PF rastrearam o envolvimento de mais grão-políticos no esquema. Direta ou indiretamente, seja por meio de assessores ou de familiares, em campanhas políticas ou no exercício do mandato, receberam dinheiro do valerioduto políticos poderosos, como o minis-tro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, do PT, e o eterno líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá, do PMDB. Descobriu-se também, ou se conseguiu confirmar, a participação de mais sete deputados federais, dois ex-senadores e um ex-ministro (leia a nova lista do esquema abaixo;
O banqueiro Daniel Dantas, que participava de uma das mais renhidas e bilionárias disputas societárias do Brasil – e que, para resolver seus problemas, precisava desesperadamente de aliados no Palácio do Planalto –, tentou mesmo garantir o apoio do governo petista por intermédio de dinheiro enviado às empresas de Marcos Valério. Depois de se reunir com Dirceu, então ministro da Casa Civil, Dantas recebeu de Delúbio um pedido especial de ajuda financeira: US$ 50 milhões. Segundo a PF, a propina foi aceita. Pouco antes de o mensalão vir a público, uma das empresas controladas pelo banqueiro fechou contratos fajutos com Valério – apenas para que houvesse um modo legal de depositar o dinheiro. Houve tempo suficiente para que R$ 3,6 milhões fossem repassados ao publicitário. Encaminhou-se esse total a doleiros, mas a PF ainda não descobriu os reais beneficiários do dinheiro;
São comprovadamente fajutos os empréstimos que, segundo a defesa de Marcos Valério, explicariam a origem do dinheiro do mensalão. Esses papéis serviram somente para dar cobertura jurídica a uma intrincada operação de lavagem de dinheiro. Apurou-se que houve duas fontes de recursos para bancar o mensalão e as demais atividades criminosas de Marcos Valério. Uma, a principal, qualificada pela PF de “fonte primária”, consistia em dinheiro público, proveniente dos contratos do publicitário com ministérios e estatais. O principal canal de desvio estava no Banco do Brasil, num fundo de publicidade chamado Visanet, destinado a ações de marketing do cartão da bandeira Visa. As agências de Marcos Valério produziam algumas ações publicitárias, mas a vasta maioria dos valores repassados pelo governo servira tão somente para abastecer o mensalão. A segunda fonte de financiamento, chamada de “secundária”, estipulava que Marcos Valério seria ressarcido pelos pagamentos aos políticos por meio de contratos de lobby com empresas dispostas a se aproximar da Presidência da República. Foi o caso do Banco Rural, que tentava obter favores do Banco Central e do banqueiro Daniel Dantas, que precisava do apoio dos fundos de pensão das estatais.
Das dezenas de novos beneficiários identificados, o mais representativo é Freud Godoy. O segurança pessoal de Lula ficou conhecido na campanha de 2006, quando recebeu de Lula a alcunha de Aloprado, em razão de seu envolvimento com a turma que foi presa num hotel de São Paulo, tentando comprar um dossiê contra o tucano José Serra. (Às vésperas daquelas eleições, a PF divulgou uma foto exibindo seis vistosos pacotes de dinheiro em cima de uma mesa. Nunca se descobriu a origem do dinheiro.) Freud não é apenas segurança de Lula. É amigo do ex-presidente, relação que nasceu nos anos 80 e sobrevive até hoje. Até o episódio dos aloprados, onde quer que Lula estivesse, lá estava Freud. Não era uma sombra barata. Em 1998, Freud profissionalizou seus serviços e criou uma empresa. No escândalo dos aloprados, descobriu-se que essa empresa, a Caso Comércio, recebeu R$ 98 mil da SMP&B, uma das agências de Marcos Valério. O pagamento dera-se em 21 de janeiro de 2003. Diante dos milhares de operações bancárias nas contas do publicitário, poderia haver uma explicação plausível e legal para a transação. Algum serviço poderia ter sido prestado normalmente. Quando essa informação veio a público, porém, Freud e Marcos Valério silenciaram sobre o motivo do pagamento. Restou a suspeita de que haveria alguma ilegalidade.
Os delegados da PF foram atrás de Freud – e ele narrou, em depoimento, que o dinheiro serviu para cobrir parte dos R$ 115 mil que lhe eram devidos pelo PT, em razão dos serviços prestados durante a campanha presidencial de 2002. Segundo Freud, tratava-se de despesas de “segurança, alimentação, transporte e hospedagem de equipes de apoio”. O segurança contou que, após a campanha, foi ao comitê eleitoral do PT cobrar a dívida. Os responsáveis pelo comitê, cujos nomes Freud não revela, deram-lhe o número de telefone de uma empresa que resolveria a pendência. Ele ligou e descobriu que se tratava da SMP&B. “Jamais mantive contato com Marcos Valério”, disse Freud à PF. Os funcionários de Marcos Valério pediram que ele lhes fornecesse uma nota fiscal. Ato contínuo, Freud recebeu o cheque de R$ 98 mil pelos Correios. O segurança afirmou que não havia contrato entre sua empresa e o PT, nem qualquer registro contábil das despesas. Em suma: um amigo de Lula, que sempre prestou serviços a ele, recebeu dinheiro ilegal para pagar suas despesas trabalhando para o ex-presidente. É a primeira vez em que se descobre uma ligação direta entre o esquema de Marcos Valério e alguém da intimidade de Lula.
LADO A LADO
O ex-presidente Lula caminha na Granja do Torto na companhia de seu segurança Freud Godoy, em dezembro de 2002, na transição de governo. Freud era, na ocasião, remunerado por Marcos Valério
Marcos Valério detinha uma capacidade espantosa de unir amigos e dinheiro. Sabia como conquistar os poderosos – ou conquistar amigos dos poderosos. Deu dinheiro ao amigo de Lula, o ex-presidente, e também a um grande amigo da atual presidente, Dilma Rousseff. Fernando Pimentel conhece Dilma desde os tempos de luta armada contra o regime militar. Mineiros, ambos militaram juntos, dividindo aparelhos e ideais. A presidente confia a tal ponto em Pimentel que delegou a ele parte da coordenação política de sua campanha presidencial. Não se arrependeu. Hoje, como ministro do Desenvolvimento e confidente de Dilma, Pimentel ocupa espaço no primeiro time da Esplanada. Quando eclodiu o mensalão, surgiram suspeitas de que Rodrigo Barroso Fernandes, tesoureiro de sua campanha vitoriosa à prefeitura de Belo Horizonte, em 2004, recebera dinheiro do valerioduto. Naquele momento, quando as denúncias se sucediam em turbilhão, a suspeita diluiu-se em meio a tantas outras.
A metamorfose ambulante
Ao longo de seu governo, o ex-presidente Lula mudou sua retórica sobre o escândalo. Passou da indignação à negação
"Não interessa se foi A, B ou C, todo o episódio foi como uma facada nas minhas costas" - Lula, em dezembro de 2005, sobre o episódio do escândalo do mensalão
"Mensalão é uma farsa" - Lula, em conversa com José Dirceu durante o café da manhã no Palácio da Alvorada em 18 de novembro de 2010. Na ocasião, o ex-presidente avisou que quando deixasse o governo iria trabalhar para desmontar o mensalão
A PF, contudo, perseguiu a pista. Rastreando as contas do valerioduto, os investigadores comprovaram que o assessor de Pimentel recebeu um cheque de R$ 247 mil de uma das contas da SMP&B no Banco Rural. Quando? Em 12 de agosto de 2004, período em que a campanha de Pimentel começava a engrenar. Ouvido pelos delegados, Rodrigo Barroso se recusou a dar explicações. Preferiu o silêncio. Diante disso, a PF recomendou ao procurador-geral da República que processe o assessor, ao menos, por lavagem de dinheiro. Segundo a PF, as evidências sugerem fortemente que a campanha do ministro Pimentel tenha sido financiada com dinheiro do valerioduto. Pimentel afirmou que não comentaria o caso sem antes ler o relatório.
Dinheiro para pagar campanha era artigo abundante no valerioduto. Nas eleições de 2004, além de Pimentel, Marcos Valério, naturalmente por ordens do comando do PT, repassou recursos a duas outras candidaturas do partido em São Paulo: a de Emídio de Souza à prefeitura de Osasco (R$ 189 mil) e a do hoje deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, à prefeitura de São Bernardo do Campo (R$ 17 mil). Entre os novos beneficiários do PT, a PF descobriu uma militante que trabalhou para Ivan Guimarães, então presidente do Banco Popular, que pertence ao Banco do Brasil. A funcionária, Renata Maciel, sacou R$ 150 mil na agência do Rural, em plena Avenida Paulista. A operação aconteceu em novembro de 2004, logo após o período eleitoral. Em seguida, ela passou a trabalhar numa joalheria que pertencia a Ivan Guimarães. Há muito mais operações de caixa dois em eleições, como no PT de Alagoas. Mais incomuns são casos como os do ex-ministro Pimenta da Veiga e do deputado José Mentor, que receberam uma dinheirama do valerioduto, disseram que prestaram serviços a ele como advogados – mas não convenceram a PF (leia os quadros anteriores).
O segredo para os investigadores desvendarem as engrenagens de lavagem de dinheiro armadas pela quadrilha de Marcos Valério está nas contas do publicitário que recebiam recursos do fundo Visanet, em tese destinado ao marketing de cartões da bandeira Visa. Somente no governo Lula, o fundo repassou R$ 68 milhões às agências de Marcos Valério. Ao analisar os milhares de transações bancárias do esquema, os peritos perceberam que a saída de dinheiro para os políticos coincidia com a entrada de recursos desse fundo, liberados pelo Banco do Brasil. A partir dessa descoberta, foi possível rastrear o caminho do dinheiro: ele saía de duas contas de Marcos Valério no Banco do Brasil, transitava pelo Banco Rural e, em seguida, era repassado aos beneficiários reais (leia o quadro "Os novos beneficiários"). Essa mesma linha de investigação possibilitou a descoberta de recursos desviados a parentes de políticos, como o irmão do senador Romero Jucá e o genro do ex-senador Marco Maciel, do DEM.
O relatório da PF demonstra que, dos cerca de R$ 350 milhões recebidos pelas empresas de Valério do governo Lula, os recursos que mais se destinaram aos pagamentos políticos tinham como origem o fundo Visanet. Pela falta absoluta de controles internos no banco, esse fundo permitia desvios com mais facilidade. Para completar, o banco costumava adiantar os recursos antes que quaisquer serviços fossem prestados. Diz o relatório: “O adiantamento de recursos vinculados ao Visanet configurava, assim, uma das principais fontes de recursos do esquema montado por Marcos Valério para o financiamento político e consequente montagem de redes de influência, vez que o desvio desta verba era facilitada pela total inexistência de qualquer contrato formal para sua execução, bem como pela ausência de formalização de instrumento, ajuste ou equivalente para disciplinar as destinações dadas aos adiantamentos oferecidos às agências de publicidade”.
A pedido do ministro Joaquim Barbosa, a PF desvendou um dos mistérios mais estranhos do governo Lula: a relação do banqueiro Daniel Dantas com o PT. Antes de chegar ao poder, os líderes do partido sempre combateram a gestão de Dantas à frente do grupo que coordenava os investimentos dos principais fundos de pensão do país. Quando Lula assumiu, Dantas estava envolvido numa briga aberta para manter o controle desses investimentos, sobretudo da Brasil Telecom, um gigante do mercado de telefonia. O PT passou, então, a emitir sinais conflitantes sobre que lado assumiria nessa disputa. Alguns integrantes do governo articulavam para derrubá-lo, enquanto outros hesitavam em tomar lado. Em depoimento à PF, Dantas disse que, em meio a esse cenário ambíguo, foi convocado pelo então ministro da Casa Civil, José Dirceu, para uma reunião no Palácio do Planalto.
O relatório final da PF foi entregue ao Supremo
Tribunal Federal no final de fevereiro
Segundo Dantas, o encontro deu-se no dia 4 de maio de 2003. Na reunião, Dirceu teria dado sinal de uma oportunidade de conciliação com Dantas e encarregado o então presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, de manter diálogo com o banqueiro. Onze dias depois, Carlos Rodemburg, sócio de Dantas, encontrou-se com Marcos Valério e Delúbio Soares no hotel Blue Tree, em Brasília, na suíte do tesoureiro do PT. De acordo com o depoimento do sócio de Dantas, Delúbio disse que o partido estava com um “deficit” de US$ 50 milhões – e pediu dinheiro. Não foi dito abertamente, mas o subtexto era evidente: se Dantas pagasse, teria ajuda do governo para se manter à frente de seus negócios.
À PF, Dantas disse que se negou a pagar. Procurado por ÉPOCA, Dantas confirmou, por meio de sua assessoria, o que afirmara em seu depoimento – inclusive o pedido de “ajuda” de Delúbio. E deu suas razões para não ter aceitado a oferta: “O Opportunity (banco comandado por Dantas) era gestor do fundo de investimentos que abrigava recursos do Citigroup. O banco americano foi consultado. A decisão do Citigroup foi informar que não tinha como ajudar”. Também afirmou que, depois de Rodemburg informar Delúbio da negativa, passou a ser perseguido pelo governo.
Dois anos depois, não se sabe por que, a Brasil Telecom, empresa ainda controlada por uma subordinada de Dantas, celebrou dois contratos com a agência DNA, de Marcos Valério, cada um deles no valor de R$ 25 milhões. Os depoimentos dos funcionários da Brasil Telecom à PF revelam que os contratos foram fechados em poucos dias, sem que ninguém da área de marketing soubesse dos motivos das pressa, nem sequer que serviços seriam prestados. Semanas depois, sobreveio o escândalo do mensalão. Apenas R$ 3,6 milhões foram efetivamente repassados às contas de Marcos Valério. Ao rastrear o dinheiro, a PF verificou que os recursos chegaram a doleiros paulistas – e ainda não descobriu a identidade dos beneficiários finais. Para os investigadores, os destinatários foram indicados pela turma do PT e do publicitário Marcos Valério. Na resposta que enviou por meio de sua assessoria, Dantas omitiu a existência desses contratos. Afirma o relatório: “Os contratos (...) foram celebrados apenas com o objetivo de conferir a fachada de legalidade necessária para a distribuição de recursos, na forma de doações clandestinas ou mesmo suborno, negociados ao longo de dois anos entre os representantes dos grupo Opportunity e do Partido dos Trabalhadores, sempre com a indelével intermediação do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza”.
As provas reunidas pela PF constituem a última esperança do ministro Joaquim Barbosa e da Procuradoria-Geral para que o Supremo condene os réus do mensalão. Nos últimos anos, as opiniões dos ministros do STF sobre o processo modularam-se ao ambiente político – que, sob a liderança simbólica e moral do ex-presidente Lula, fizeram o caso entrar num período de hibernação. Alguns ministros, que em 2007 votaram por acatar a denúncia do Ministério Público, agora comentam reservadamente que as condenações dependem de “mais provas”. Hoje, portanto, o Supremo se dividiu. Não se sabe o desfecho do processo. Sabe-se apenas que, quanto mais tempo transcorrer, maior a chance de absolvição dos mensaleiros. Se isso acontecer, a previsão feita por Delúbio Soares, num passado não tão remoto, num país não tão distante, vai se materializar: o mensalão virará piada de salão. Será o retorno da ficção: era uma vez um país sério.